O fluxo de caixa é visto como o coração da operação de um negócio, pois se trata da ferramenta capaz de verificar e analisar todas as movimentações financeiras por um determinado período.
Este acompanhamento acontece diariamente e apresenta a circulação do capital da empresa, através do registro das entradas e saídas.
Importância do fluxo de caixa
O empresário que utiliza o fluxo de caixa consegue ter controle sobre o atual cenário da empresa, além de também obter uma previsão da movimentação de recursos no futuro. Este fator promove ao gestor a oportunidade de conferir a existência de algum excedente ou a falta de caixa, antes mesmo que tal situação se concretize.
Previsões como essas são fundamentais no auxílio da gestão e no planejamento de ações voltadas ao direcionamento de recursos, bem como a elaboração de medidas que visam ao aumento da entrada de dinheiro.
Entretanto, mesmo nas empresas já consolidadas é possível haver erros que podem comprometer a eficiência. Inconsistências no fluxo de caixa são problemas frequentes, mas que nem sempre representam um problema de grandes proporções. No entanto, ao ser identificado é imprescindível a correção dos erros para evitar que se repitam no futuro.
Principais erros no fluxo de caixa
Conforme mencionado, erros de gestão são bastante comuns. Contudo, em hipótese alguma eles devem se tornar a norma no mercado. Isso porque inexperiência e falta de conhecimento sobre a gestão financeira são fatores responsáveis pelo surgimento deste obstáculo. Por essa razão, é essencial saber utilizar o fluxo de caixa em benefício próprio.
1. Não saber interpretar as informações
A falta de um conhecimento técnico sobre as informações financeiras tornou-se um dos maiores desafios para a gestão de um negócio, que inclusive é um dos maiores motivos de fechamento de empresas durante os primeiros anos de atuação. A falta de conhecimento também promove a tomada de decisões que não condizem com a realidade da empresa, as quais podem interferir nos resultados a longo prazo.
Mediante este ponto de vista, nota-se que um dos erros mais comuns se relaciona às vendas a prazo. Diversos gestores tratam a estimativa de entrada já como uma garantia, esquecendo-se da possibilidade de os clientes ficarem inadimplentes, o que resulta na perda de capital de giro que, por vezes, é notada somente no último momento.
2. Prática de uma política de crédito flexível
Entende-se que não é possível fazer negócios sem oferecer a possibilidade de parcelar as compras, porém, é preciso entender como esse modelo afeta a periodicidade da entrada de recursos.
Se o empresário permite que os clientes parcelem as compras em até 90 dias, isso fortalece o relacionamento. Por outro lado, a exigência do pagamento à vista pode gerar um desequilíbrio na situação.
Este fator pode ser readequado através de uma avaliação de crédito, na qual, se o cliente tiver um bom histórico de pagamento, será possível oferecer alternativas mais flexíveis. Além do que, é fundamental tentar adequar o prazo de recebimento das faturas para, pelo menos, dez dias antes da data de vencimento das contas, assegurando que o caixa da empresa fique com saldo positivo e consiga arcar com o pagamento de todas as despesas.
3. O não lançamento das movimentações
Cada centavo é essencial na hora de equilibrar o fluxo de caixa de uma empresa, motivo que reforça a importância do registro de todas as movimentações financeiras, por mais irrelevantes que possam parecer. Isso inclui até mesmo a cobrança de taxas, as quais podem deixar o saldo da conta bancária no negativo, gerando taxas e juros referentes ao cheque especial.
É importante dizer que o fluxo de caixa é uma ferramenta de ampla abrangência, capaz de ser adaptada para promover a inclusão de um número específico de saídas, que vai desde as contas de luz até o recolhimento de impostos.
O empresário pode notar que há campos direcionados para o registro do saldo inicial e final decorrente do período a ser analisado, motivo pelo qual é importante se atentar à periodicidade dos lançamentos no intuito de que os resultados sejam condizentes com a realidade.
4. Mistura de finanças pessoais e empresariais
Este é um dos erros mais frequentes do pequeno empresário que ainda não tem consciência sobre a importância em separar a personalidade física da jurídica. Embora pareça simples pagar uma conta pessoal, como um cartão de crédito ou com o dinheiro presente no caixa da empresa, é importante se lembrar que todas as operações devem ser registradas distintamente visando a não afetar o Princípio da Entidade, o qual prevê que o patrimônio empresarial não pode e não deve ser utilizado em benefício próprio.
Isso porque, além de gerar problemas no setor contábil, a remuneração dos sócios poderá ser paga somente após a apuração do saldo disponível, sendo assim, é importante extinguir essa prática capaz de gerar problemas no fluxo de caixa.
5. O não acompanhamento dos indicadores financeiros
Apesar da relevância, deve-se reconhecer a necessidade de utilizar todos os recursos possíveis capazes de viabilizar a tomada de decisões, portanto, se o empresário ainda não recorreu à utilização dos indicadores financeiros, é importante observar as sugestões a seguir:
Evolução de custos fixos e variáveis: a sua apuração indica quanto a empresa deve produzir ou comercializar para cobri-los e, ainda, obter a margem de lucro;
Margem de contribuição: representa quanto a venda de produtos ou serviços contribuirá para que a empresa seja capaz de arcar com os custos e, posteriormente, gerar lucros;
Ponto de equilíbrio: é a quantidade de receita mínima que a empresa deve atingir para cobrir os custos e pagar as despesas;
Liquidez corrente: demonstra qual valor a empresa tem para receber em curto prazo se comparado com quanto precisa pagar no mesmo período.
Fonte: www.jornalcontabil.com.br